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A logística reversa do óleo lubrificante usado em navios


Um dos modais mais importantes para a indústria e a logística no Brasil é o transporte marítimo, que conta com uma grande frota de navios e também com a navegação de Apoio Marítimo (Offshore) e o Apoio Portuário, que ajudam a ampliar o número de embarcações que atuam na “Amazônia Azul”.


Todas essas embarcações são dotadas de diferentes tipos de motores e equipamentos auxiliares, que utilizam grandes quantidades de óleo lubrificante e hidráulico. Muitos desses motores funcionam por várias horas consecutivas, fazendo o óleo lubrificante perder suas características e potencial de performance. Sendo assim, as trocas de óleo são uma rotina muito comum a bordo das embarcações.


Nesse artigo vamos falar um pouco como funciona o processo de logística reversa e as rotinas de controle do óleo lubrificante usado ou contaminado de embarcações que navegam na costa brasileira.


A logística reversa do óleo lubrificante usado em embarcações consiste em devolver aos fabricantes o óleo lubrificante retirado dos motores e equipamentos. Esse óleo usado ou contaminado contém em si cerca de 80% de óleo lubrificante básico, e com um novo processo de refinamento é possível extrair do resíduo uma matéria-prima que atende às especificações técnicas da Agência Nacional do Petróleo (ANP).


O mais importante é que, ao serem descartados corretamente, os óleos usados não causam impactos negativos ao meio ambiente. Para reforçar isso, a Resolução nº 362/2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), trata o rerrefino como destino obrigatório dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, e ainda complementa afirmando que a combustão ou a incineração de óleo lubrificante usado ou contaminado não são consideradas formas de reciclagem ou de destinação adequada.


Os custos e a retirada desse produto em navios são de responsabilidade dos produtores e importadores, que enviam coletores autorizados para executar o serviço. Durante esta faina a bordo, muitas outras exigências são cumpridas pela tripulação.


O Comandante e o Chefe de Máquinas da embarcação são os responsáveis por toda a operação, a fim de garantir o sucesso da faina. Barreiras de contenção cercam toda a embarcação, marinheiros ficam posicionados de forma estratégica com kits de emergência e proteção ambiental (Kit SOPEP), extintores são posicionados próximo ao local para uma resposta rápida em caso de princípio de incêndio, toda a área é sinalizada e muitas outras regras de segurança são cumpridas para atender as recomendações legais, as normas internas do armador (dono do navio) e as melhores práticas para este tipo de atividade.


A quantidade de óleo lubrificante retirada varia de acordo com cada motor ou equipamento. Um Rebocador de Apoio Portuário, por exemplo, pode bombear para o caminhão coletor 1.500 L de óleo lubrificante descartado de seus motores principais; já uma embarcação Offshore do Tipo AHTS (Anchor Handling Tug Supply), pode descartar mais de 10.000 L de “óleo sujo” de seus motores e equipamentos.


As embarcações também precisam atender regras internacionais para o gerenciamento e descarte de óleo lubrificante usado, como as exigências da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (Marpol), assinada em 1973, com protocolos incluídos em 1978 e 1997.


O Anexo I da Marpol exige que todos os navios de arqueação bruta igual a 400 ou mais sejam dotados de um tanque de armazenamento para o óleo sujo, além de possuir o Livro Registro de Óleo para registrar as operações pertinentes realizadas nos compartimentos de máquinas, tais como o registro semanal de quantidade de óleo lubrificante usado, o registro de recebimento de óleo lubrificante a granel e a declararão da quantidade de resíduos de óleo retiradas pelo coletor autorizado.

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