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Energia eólica offshore, um futuro azul e sustentável


A energia eólica é um dos assuntos mais priorizados no ecossistema de energia renovável, se tornando a segunda maior fonte da matriz energética brasileira, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Nas últimas décadas, o foco foi em vários aspectos em relação a turbinas eólicas em terra, mas existem estudos avançados buscando maneiras de aumentar a capacidade de geração de energia em novos projetos de turbinas eólicas flutuantes offshore (Floating Offshore Wind Turbines – FOWT).


As FOWTs têm muitas oportunidades e obstáculos. Entre as vantagens, a disponibilidade de ventos constantes e uma velocidade adequada para o uso de turbinas em sua eficiência ideal. Entre as desvantagens estão os altos custos de instalação, as linhas de amarração e o grande comprimento de cabos necessários para a transmissão de energia.


"Através da exploração sustentável do mar, novas indústrias florescem e mais postos de trabalho são criados."

Cenário mundial


No Mar do Norte, a 22 quilômetros da costa holandesa, vai surgir o "Borssele 1 & 2", com 94 turbinas eólicas ligadas ao fundo do mar, a profundidades que vão de 14 a 40 metros. Assim que estiver concluído, será o maior parque eólico marítimo da Europa.


O empreendimento vai fornecer eletricidade a um milhão de casas holandesas, além de contribuir fornecendo uma energia mais sustentável.



Os primeiros sinais de que a maré está mudando no plano energético na Europa já foram dados pela "Estratégia sobre Energias Renováveis Marítimas" da União Europeia, que abre caminho para a substituição dos combustíveis fósseis importados, além de criar oportunidades para as indústrias e empregos na área em todo o continente.


A Europa é líder mundial neste setor e pretende ainda aumentar vinte vezes a capacidade de energia eólica marítima até 2050.



Fonte: WindEurope, 2020


Situação no Brasil


A tecnologia desempenhará um papel importante na futura expansão da energia eólica no Brasil. A regulamentação para a instalação de parques eólicos offshore já está sendo discutida no Congresso brasileiro, e o setor está se preparando para novos desenvolvimentos, que de fato tem um enorme potencial, especialmente na costa nordeste do País.


Também é importante mencionar que, além do objetivo principal de gerar energia limpa para a rede elétrica, outras aplicações para FOWTs estão sendo projetadas. Por exemplo, existem projetos em andamento para usá-las como energia auxiliar para equipamentos submarinos nos campos de petróleo e gás. Isso levará a tecnologia a águas profundas e, portanto, novos desafios poderão ser enfrentados.


Transporte e embarque marítimo de pás eólicas no Brasil



No Brasil, destaca-se as operações de transporte logístico e embarque de pás eólicas na região nordeste, através do Porto de Pecém, no Ceará.


Carregar pás eólicas em navios não é fácil, especialmente quando existe influência de ventos. Essa complexidade na operação exige embarcações especiais e portos adaptados ou dedicados para a utilização do setor eólico marítimo.


Toda a cadeia logística precisa ser personalizada para manusear os componentes, que estão ficando cada vez maiores. O aumento progressivo das turbinas deve-se a crescente procura de energia ecológica.


Devido a dimensão e peso especiais dessas pás, seu transporte se torna um desafio logístico também no campo rodoviário, que requer planejamento e infraestrutura que estejam de acordo com a legislação de órgãos responsáveis pelas vias nas quais as cargas transitam.



A empresa responsável pelo fornecimento e transporte das pás, precisa de uma Autorização Especial de Trânsito (AET). Para transitar em rodovias estaduais, a permissão é emitida pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER), e para rodovias federais, quem emite é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que pode concedê-las com restrições de horário e velocidade máxima limitada. O DNIT também determina a necessidade de escoltas, bem como a presença da Polícia Rodoviária Federal (PRF).


Além disso, o fabricante contrata um estudo de viabilidade geométrica (road survey) no qual especifica características de todas as vias que serão percorridas pelas carretas, desde a fábrica de pás até a entrada do parque eólico.


Na pesquisa, a empresa contratada reporta necessidades de adequações nas obras de artes especiais, vias de acessos e instalações elétricas. Opcionalmente pode ser feita uma simulação do transporte com uma carreta vazia e uma corda que representa a ponta da pá. A medida é necessária para identificar obstáculos e corrigi-los antes do transporte real das pás.


Durante o percurso efetivo das pás, cada carreta recebe apoio de escoltas, conhecidas como batedores frontais e traseiros. A função dos batedores é liberar o trânsito da via para a passagem das carretas e impedir que outros veículos as ultrapassem em pistas simples.


"A energia eólica é renovável, inesgotável, não polui e gera muitas oportunidades de emprego e avanço tecnológico. Precisamos dar mais atenção a esta fonte de energia, estudar e se preparar para abraçar as oportunidades desse mercado." - Bruno Silva

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